terça-feira, 29 de março de 2016



A CIÊNCIA VAI AO BANHEIRO. DESCOBRINDO FÓSFORO NO xixi. 
DA IMORTALIDADE PARA A PÓLVORA. 
COMO SE TORNAR UM ZUMBI.
Descubra essas e outras histórias aqui..

Tudo é composto por substâncias químicas. O ser humano, por exemplo, é um amontoado de carbono, oxigênio, hidrogênio e outros 18 elementos. Assim como nós, todos os objetos são feitos de átomos que interagem entre si e formam uma infinidade de substâncias com propriedades diferentes. “É impossível ignorar a química porque ela está presente em todas as nossas atividades, das comidas que fazemos até o banho que tomamos”, afirma o químico Joe Schwarcz, da Universidade McGill, Canadá. Manipulando os diferentes elementos, o homem consegue – muitas vezes por acaso – formular remédios, melhorar alimentos e descobrir como a natureza funciona. Também faz coisas fantásticas como transformar pessoas em zumbis ou urina em palitos de fósforo. Nas páginas a seguir, você verá do que a química é capaz e alguns dos capítulos mais curiosos, engraçados ou úteis que essa ciência nos trouxe.
A ciência vai ao banheiro
Em 1669, o alquimista alemão Hennig Brandt começou a destilar urina humana. Ele tinha esperança de que o líquido fosse um remédio capaz de curar todas as enfermidades e que, por ser amarelo, pudesse conter ouro. Ferveu a urina e a deixou condensar, mas é claro que não encontrou nenhum metal precioso. Conseguiu apenas uma pasta branca que, quando esquentada, entrava em combustão. Brandt havia descoberto o elemento fósforo.
A urina é uma combinação de vários detritos do corpo. Entre eles estão substâncias orgânicas e fosfatos – compostos que pegam fogo facilmente quando em contato com carbono. Ao aquecer, as substâncias orgânicas se transformaram em carvão – que nada mais é do que carbono – e fizeram a mistura pegar fogo. Brandt percebeu que a descoberta era importante, mas ainda foi preciso muitas outras pesquisas antes que ela pudesse ter alguma função prática. Os palitos atuais, por exemplo, são feitos de uma massa com clorato de potássio, que reage com o fósforo presente na lixa da caixa e inicia o fogo.
A experiência de Brandt não foi, no entanto, a primeira a utilizar urina.
Essa substância é há milênios misturada a tintas para que elas consigam “pegar” melhor em tecidos e tornar as cores mais vivas. Algumas mulheres no Império Romano, por exemplo, pintavam o cabelo de amarelo com um extrato de folhas de verbasco misturado com urina. Essa propriedade começou a intrigar os cientistas no século XIX, quando foi preciso criar substâncias sintéticas que tivessem o mesmo efeito (afinal, não era fácil transportar centenas de barris de urina até as tinturarias). As pesquisas cumpriram seu objetivo e ainda trouxeram outros benefícios. Em uma das experiências, o químico alemão Adolph von Baeyer transformou o ácido úrico – um dos componentes da urina – em um novo composto, que ele chamou de ácido barbitúrico. A descoberta de Baeyer deu origem a uma série de derivados, os barbitúricos, que fizeram sucesso durante muito tempo como remédio para insônia e até hoje são usados como anestésicos em cirurgias.
A urina foi responsável por uma revolução ainda maior na química. Até o século XIX, acreditava-se que todos os materiais se dividiam em duas categorias: os inorgânicos, como rochas e metais, e os orgânicos, que eram produzidas por seres vivos e, segundo a crença da época, possuíam forças vitais que os tornavam impossíveis de serem copiados. Essa idéia caiu por terra em 1828, quando o químico alemão Friedrich Wohler misturou duas substâncias inorgânicas: cianato de prata e cloreto de amônio. A experiência resultou em cristais de uréia, um dos principais componentes da urina e que, por ser produzida por animais, era considerada uma substância orgânica. Wohler conseguiu assim mostrar que não existem diferenças entre substâncias sintéticas e naturais. A teoria da “força vital” estava derrubada, o que abriu a porta para a síntese de outras substâncias orgânicas, como vitaminas e fertilizantes. Lembre-se disso na próxima vez que for ao banheiro.
Dos celeiros ao campo de guerra
Em algum momento entre os séculos IX e X, um grupo de chineses tentava descobrir o segredo da imortalidade. Eles acreditavam que era possível atingi-la quando os princípios opostos da filosofia taoísta Yin e Yang entrassem em equilíbrio no corpo. Substâncias como o carvão e o enxofre eram tidos como ricos em Yang, enquanto o nitrato de potássio, também chamado de salitre, possuía características Yin. Não se sabe até que ponto a lenda é verdadeira, mas o produto que resultou da mistura chinesa se tornou famoso. Ao juntar essas três substâncias, o salitre fornece oxigênio para que os outros dois queimem de forma explosiva. Estava inventada a pólvora.
Não se sabe como a substância chegou à Europa, mas no século XIII já existiam estudos de como se poderia montar a mistura perfeita. Depois de muitas pesquisas, chegou-se à fórmula ideal, com 75% de salitre, 15% de carvão e 10% de enxofre.
O problema é que o principal ingrediente só era encontrado em minas na Índia e na Espanha. Os exércitos do século XVIII, que dependiam cada vez mais da pólvora, precisavam encontrar outras fontes de salitre. Por sorte, a solução estava em qualquer celeiro.
Cientistas descobriram que um pó branco que se incrustava nas paredes dos abrigos de animais era salitre, produzido pela decomposição da matéria orgânica ali presente. Surgiram então vários esquemas para produzir a substância preciosa, como depósitos repletos de lixo e esterco, molhados com urina, que eram deixados para apodrecer. Napoleão chegou a fazer uma lei ordenando que as pessoas urinassem nesses depósitos e, na Prússia, fazendeiros eram obrigados a empilhar dejetos orgânicos e guardá-los para a guerra. Essa sujeira só terminou no século XX, quando os alemães inventaram o salitre sintético.
Terror químico
A crença de que pessoas podem ser transformadas em zumbis – entidades sem alma trazidas de volta à vida depois de mortas – é muito difundida entre os praticantes do vodu no Haiti. Mais assustadores do que esses seres, no entanto, é o fato de que a química pode explicar o fenômeno.
Em 1962, o haitiano Clairvius Narcisse morreu e foi enterrado, mas reapareceu vivo 18 anos depois. Afirmou que havia tomado uma poção que o fez morrer, mas foi depois ressuscitado e forçado a trabalhar como escravo em plantações, onde era mantido sob efeito de drogas. O antropólogo americano Wade Davis investigou o caso e analisou algumas dessas “poções de zumbi” feitas pelos sacerdotes da região. Percebeu que o único ingrediente comum a todas elas era um tipo específico de baiacu. Esse peixe possui no fígado e nos órgãos sexuais um potente veneno, chamado tetrodoxina, que paralisa o sistema nervoso central e pode fazer as pessoas parecerem mortas. Ele também analisou a substância usada para manter os zumbis em estado de estupefação e percebeu que eles eram feitos da Datura stramonium, uma planta com fortes substâncias psicoativas. A imagem de uma pessoa que ressuscita para andar tonta e cambaleante pelas plantações não era, portanto, tão fora de propósito.
Ninguém sabe se a descoberta de Davis é a resposta definitiva ao mistério. Por via das dúvidas, o código penal do Haiti determina que fazer uma pessoa parecer morta a ponto de ela ser enterrada é considerado assassinato, não importa o que aconteça depois.
O ovo perfeito
Nenhum lugar da casa se parece tanto com um laboratório de química quanto a cozinha, onde diversos ingredientes são misturados, queimados, fermentados e submetidos a processos dignos de experiências científicas. Assim como no laboratório, ter noções de química é essencial para que o cozinheiro consiga preparar corretamente os pratos, até os mais simples. Veja, por exemplo, como levar à perfeição a arte de cozinhar ovos.
A clara possui água, gordura e colesterol. Também tem muitas proteínas que mudam de forma quando aquecidas. Elas se desenrolam e deixam expostas regiões na superfície que as ligam a outras proteínas, formando um emaranhado que transforma a clara no material sólido e branco que conhecemos. O ovo também tem bolhas de ar para que o filhote comece a respirar. Elas se tornam um problema quando cozinhamos porque, além de deixar o fundo do ovo chato, ainda podem aumentar a pressão interna e fazê-lo rachar. Para resolver o problema, basta furar o fundo da casca com uma agulha antes de cozinhar e colocar sal ou limão na água. Os dois ingredientes conseguem tampar o buraco porque agem sobre a clara da mesma forma que o calor: fazem as proteínas se juntarem e endurecerem antes que o ovo vaze na panela.
Há também outras maneiras pelas quais o ovo pode explodir. A casca é irregular e, ao aquecer, cada uma das partes começa a se expandir de forma diferente, o que pode levar a rachaduras. É preciso controlar a forma como ele esquenta para que isso não aconteça. Coloque o ovo em água fria, aqueça até ferver, reduza o fogo por mais 10 minutos e jogue em outro recipiente com água fria. Esse último procedimento também ajuda a eliminar aquela substância esverdeada que se forma em volta da gema. Ela surge quando o sulfeto de hidrogênio presente na clara esquenta e se expande.
O aumento de pressão o faz migrar para as regiões mais frias do ovo, como a gema, onde ele reage com o ferro e forma sulfeto de ferro, o material verde. Quando jogamos o ovo em água fria, a casca diminui de temperatura e atrai o sulfeto para longe da gema.
Finalmente, é bom saber que, quanto mais velho um ovo, mais fácil ele descasca. Ao envelhecer, ele se torna menos ácido, o que faz com que a membrana interna da casca se enfraqueça e não grude na parte branca.
É recomendável deixar os ovos ao menos uma semana na geladeira, com cuidado para que eles não estraguem.
Seguindo todas as dicas, o ovo terá formato, aparência e gosto perfeitos.
Confira mais...
http://super.abril.com.br/ciencia/que-mistura-as-historias-curiosas-da-quimica

Por Kariny Paiva




A Presença de Dienos em Nossas Vidas: Os Terpenos










Os dienos são hidrocarbonetos de cadeia aberta que possuem em sua estrutura duas ligações duplas entre carbonos.
Um dieno especial, muito presente em nosso dia a dia, é o isopreno, cujo nome oficial é 2-metil-buta-1,3-dieno. Sua fórmula molecular é C5H8 e sua fórmula estrutural está representada abaixo:
Fórmula estrutural do isopreno.
Unindo duas ou mais unidades da molécula do isopreno, obtêm-se cadeias abertas ou fechadas, denominadas de terpenos.
Os terpenos e seus derivados oxigenados são os principais formadores dos óleos essenciais, de várias substâncias coloridas e de produtos vindos da borracha. Consideremos cada uma dessas contribuições dos terpenos em nossas vidas:
(1º) Óleos Essenciais:
Os óleos essenciais receberam esse nome porque possuem uma essência, ou aroma, muito agradável, tanto que são também denominados de óleos aromáticos. Suas fontes de obtenção são flores, folhas, cascas de frutas, sementes, madeiras, etc.
Por exemplo, o limoneno é um terpeno encontrado na casca de algumas frutas cítricas, como o limão e a laranja. Ele é formado por duas unidades de isopreno. Sua fórmula estrutural pode ser vista na figura acima.
(2º) Cores de algumas substâncias:
A presença de duplas ligações conjugadas nas moléculas de alguns terpenos tem uma estreita relação com as cores das substâncias.
Um exemplo é a cenoura. Ela contém betacaroteno, cuja estrutura está representada abaixo:
Fórmula estrutural do betacaroteno.
Observe que ele é um terpeno que possui onze ligações conjugadas. Esse sistema de ligações conjugadas dá aos elétrons das duplas ligações uma maior mobilidade, ou seja, eles se movimentam, vibram, com maior energia no comprimento de onda que corresponde ao verde-azulado. Dessa forma, eles absorvem o verde-azulado e refletem os outros comprimentos de onda. Enxergamos, assim, sua cor complementar, laranja.
A cor laranja da cenoura está relacionada à grande quantidade de um terpeno em sua composição: o betacaroteno.
(3º) Produtos a partir da borracha:
A borracha natural, também denominada de látex, é encontrada na seiva de algumas espécies de árvores como a seringueira, sendo que a sua fórmula repete as unidades de isopreno numa ordem de 5000. A seguir temos o esquema da reação de formação da borracha natural; onde n são unidades genéricas da molécula do isopreno ou unidade isoprênica:
Esquema da estrutura da borracha natural ou látex.
Assim, por meio desse terpeno, são produzidos inúmeros produtos feitos de borracha como preservativos masculinos, luvas cirúrgicas, balões, borrachas escolares, entre outros.

Acesse o site para saber sobre isto e muito mais:
http://alunosonline.uol.com.br/quimica/a-presenca-dienos-nossas-vidas-os-terpenos.html



Por Kariny Paiva

terça-feira, 22 de março de 2016

SÍLICA GEL – Saiba o que é e pra que serve?




Quem nunca comprou algo como sapatos, eletrônicos, bolsas e dentro veio um saquinho com grânulos escrito SÍLICA GEL? Você já procurou saber o que é e para que serve essa substância?





Sílica Gel (SiO2) é um produto sintético, produzido pela reação de silicato de sódio (Na2SiO3 ) e ácido sulfúrico (H2SO4).  Assim que misturados, formam um hidrosol, que lentamente se contrai para formar uma estrutura sólida de Sílica Gel, chamada hidrogel.

Esquema da Estrutura da Sílica Gel
Fonte: Aplicação e modificação química da sílica gel obtida de areia



Essa substância é útil na conservação de materiais, protegendo-os dos efeitos nocivos da umidade, da oxidação aérea e da propagação de fungos. A sílica gel é encontrada no comércio embalada em sachês de tecido não tecido (TNT) ou em cápsulas.


Dicas de uso da Sílica Gel:




1. Celular Molhado - Aquele seu amigo sem-noção te jogou na piscina com celular no bolso e tudo, ou você estava mandando um WhatsApp diretamente do trono e o aparelho caiu na água? Remova a bateria e o chip e deixe por uma noite em um recipiente com várias embalagens do gel. Isso deve retirar a umidade.

2. Evitar Mofo - As coisas ficaram um pouco úmidas após as férias. Coloque alguns pacotes de gel de sílica dentro da mala. Isso impedirá que as roupas fiquem com cheiro de mofo.

3. Secar Flores - As flores podem ser secadas rapidamente se você embrulhá-las com papel e deixar alguns pacotes de gel de sílica junto. Elas grudarão menos umas nas outras, por exemplo.

4. Objetos eletrônicos - Sabe aquele pisca-pisca que você só usa no natal? Coloque pacotinhos de sílica nas caixas para que a umidade não os danifique com o tempo.

5. Conservar revistas, selos e fotografias - Excelente para conservar por mais tempo aquela sua coleção de revistas, para coleção de selos do seu avô ou apenas para guardar os seus documentos. Guarde-os dentro de um armário com alguns pacotinhos de sílica gel e pronto.



Geralmente, a capacidade de absorção dessa substância é de cerca de 30% do seu peso, perdendo seu efeito dessecante à medida que é utilizada.


Agora você já sabe para que serve esses saquinhos. Não jogue fora, afinal eles são bem úteis.




  • Leia também:
Aplicação e modificação química da sílica gel obtida de areia


  •  Sites consultados:




Por: Gabriela Martins
Atualizado 22/03/2016