RIO
DOCE CONTAMINADO POR METAIS PESADOS
De acordo com o panorama pós o
rompimento da barragem em Mariana, várias especulações foram feitas acerca da
contaminação de metais pesados ou não no Rio Doce.
No dia 31 de março deste ano,
o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade) disse que a origem do
material poluente sairia em 30 dias. Além de recomendar que a pesca no Rio Doce continue
interrompida por prazo indeterminado, em função da presença de elevados níveis
de contaminação por metais tóxicos nos peixes e crustáceos da região.
QUADRO ATUAL
Após a atual etapa de monitoramento, iniciada três dias após o
rompimento de rejeitos, haverá uma nova rodada do navio do ICMBio neste mês de
abril para resultados em junho.
Os dados de água, vida marinha e sedimentos continuarão a ser analisados
num prazo de 10 anos, dentro do acordo firmado pelos governos com a Samarco
para recuperação socioambiental. Universidades da região e a Marinha se
mobilizam nessas expedições.
NOVAS NOTÍCIAS
O
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
divulgou, nesta quarta-feira (20), os resultados do estudo feito com a Marinha
do Brasil sobre o impacto da lama de rejeitos que vazou no final do ano passado
após o rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG).
A pesquisa levou
em conta amostras colhidas na foz do Rio Doce e no litoral norte do Espírito
Santo pelo navio Vital de Oliveira, em novembro de 2015. Foi constatada alta
concentração de quatro metais pesados. No entanto, não foi possível confirmar a
relação entre a contaminação e os rejeitos vazados na tragédia.
Na região marítima
próxima à foz do Rio Doce, foi observada a presença de arsênio, manganês e selênio acima
do limite estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Já na
região de água doce foi encontrado excesso de manganês, selênio e chumbo. Em suas considerações finais, o
relatório com os resultados sugere que os órgãos públicos competentes
acompanhem “os impactos do acúmulo dos metais, principalmente aqueles em
maiores concentrações".
Em
nota, a Samarco informou que não teve acesso ao relatório da Marinha, mas
destacou que a composição de seu rejeito não tem metais pesados. A mineradora
disse ainda que faz, desde o dia 7 de novembro de 2015, o monitoramento da
qualidade da água e sedimentos em 118 pontos distribuídos ao longo da bacia do
Rio Doce e no mar e também destacou um estudo da Agência Nacional de Águas
(ANA) feito em dezembro de 2015. A agência teria indicado que "no mesmo
período em que a Marinha analisou o ambiente marinho, a qualidade da água do
Rio Doce já se encontrava em condições semelhante aos padrões observados em
2010".
Estudo feito com a Marinha do Brasil sobre o impacto da lama de rejeitos que vazou no Rio Doce encontrou alta concentração de quatro metais pesados |
Antes mesmo desse resultado sair, médicos já alertavam sobre essa
suposta contaminação.
EFEITOS DOS METAIS NO ORGANISMO
ARSÊNIO
As formas
inorgânicas do arsênio, como o trióxido de arsênio, são venenos clássicos para
plantas, animais e para o ser humano. Em dose alta, arsênio mata imediatamente
como um agente neurotóxico; em doses baixas por longos períodos, mata como um
agente cancerígeno.
Um grama de
arsênio inorgânico não tem cheiro nem gosto e pode matar rapidamente até 10
pessoas. Após um período de adaptação, alguns seres humanos adultos saudáveis
podem tolerar até 0,5 g de arsênio/dia, por algum tempo. Entretanto, a
adaptação e a tolerância não são completas nem duradouras. Elas são funções da
constituição genética, do estado fisiológico e do estado nutricional,
envolvendo fatores ambientais como, por exemplo, a disponibilidade de selênio em
quantidade adequada no ambiente e na dieta.
CHUMBO
O chumbo é o metal
pesado mais disseminado no meio ambiente. Vários estudos já demonstraram a
toxicidade por chumbo está associada com deficiência de funcionamento do
sistema nervoso central. Níveis aumentados de chumbo e cádmio no cabelo são
correlacionados com níveis reduzidos de inteligência, diminuição no rendimento
escolar e alterações no comportamento. A toxicidade por chumbo pode levar a
distúrbios de aprendizagem em crianças, cefaléia intensa, vertigem, tremores,
dores articulares, anemia, irritabilidade, agressividade, distúrbios mentais,
hiperatividade, anorexia, lesões musculares e dores abdominais. A toxicidade
por chumbo também induz alterações na produção de hormônios como tiroxina,
hipofisários e catecolaminas. Níveis adequados no organismo de cálcio, ferro,
zinco, fosfatos, vitamina C e proteínas inibem a absorção do chumbo.
MANGANÊS
O excesso de
manganês acumulado no fígado e no sistema nervoso central decorrente das
exposições prolongadas por inalação, provoca sintomas do tipo “Parkinson”
(doença degenerativa), por esses e outros efeitos prejudiciais é que o manganês
é considerado tóxico e está na lista dos metais pesados.
A contaminação pode ocorrer por ingestão, pesquisas revelaram que pessoas que consomem água com níveis de manganês acima da média apresentam sintomas como rigidez muscular, tremores das mãos e fraqueza. Estudos em animais constataram que o excesso de manganês no organismo provoca alterações no cérebro, e ainda pode levar à impotência, pois danifica os testículos.
A contaminação pode ocorrer por ingestão, pesquisas revelaram que pessoas que consomem água com níveis de manganês acima da média apresentam sintomas como rigidez muscular, tremores das mãos e fraqueza. Estudos em animais constataram que o excesso de manganês no organismo provoca alterações no cérebro, e ainda pode levar à impotência, pois danifica os testículos.
SELÊNIO
Ingestão do selênio
A entrada a longo
prazo do selênio excessivo pode envolver formulários orgânicos ou inorgánicos
no alimento ou na água. Os sintomas da toxicidade ou do selenosis crônico do
selênio aparecem primeiramente como um odor garlicky na respiração, e um gosto
metálico na boca. Isto é seguido por sintomas gastrintestinais tais como a
náusea ou a diarreia, o cansaço e a irritabilidade, e a dor articular, em mais
de 70-75% dos pacientes.
Outras
características incluem a perda de mentação, de paresthesia, de hiper-reflexia,
de mudanças do prego tendo por resultado a fragilidade, de deformação e de
perda de pregos, de calvície, de descoloração e de perda de dentes, e de
pruridos de pele. Estes são vistos em mais de 60-65% dos pacientes.
Toxicidade Aguda
A toxicidade Aguda
apresenta com síndrome de aflição respiratória aguda, enfarte do miocárdio,
insuficiência renal, sintomas vasculares tais como o tachycardia e o
nivelamento da face, as características neurológicas que incluem tremores, a
irritabilidade, e o myalgia. As anomalias de ECG tais como a inversão da T-Onda
e a prolongação do quarto são consideradas frequentemente, e a morte é devido à
hipotensão refractária.
Por Kariny Paiva
Compilação de reportagens.
SITES ACESSADOS:
http://g1.globo.com/espirito-santo/desastre-ambiental-no-rio-doce/noticia/2016/03/medicos-alertam-para-perigos-de-metais-em-peixes-do-rio-doce.html
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