sábado, 23 de abril de 2016

RIO DOCE CONTAMINADO POR METAIS PESADOS

De acordo com o panorama pós o rompimento da barragem em Mariana, várias especulações foram feitas acerca da contaminação de metais pesados ou não no Rio Doce.


No dia 31 de março deste ano, o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade) disse que a origem do material poluente sairia em 30 dias. Além de  recomendar que a pesca no  Rio Doce continue interrompida por prazo indeterminado, em função da presença de elevados níveis de contaminação por metais tóxicos nos peixes e crustáceos da região.


QUADRO ATUAL
Após a atual etapa de monitoramento, iniciada três dias após o rompimento de rejeitos, haverá uma nova rodada do navio do ICMBio neste mês de abril para resultados em junho.
Os dados de água, vida marinha e sedimentos continuarão a ser analisados num prazo de 10 anos, dentro do acordo firmado pelos governos com a Samarco para recuperação socioambiental. Universidades da região e a Marinha se mobilizam nessas expedições.

NOVAS NOTÍCIAS
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgou, nesta quarta-feira (20), os resultados do estudo feito com a Marinha do Brasil sobre o impacto da lama de rejeitos que vazou no final do ano passado após o rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG).
A pesquisa levou em conta amostras colhidas na foz do Rio Doce e no litoral norte do Espírito Santo pelo navio Vital de Oliveira, em novembro de 2015. Foi constatada alta concentração de quatro metais pesados. No entanto, não foi possível confirmar a relação entre a contaminação e os rejeitos vazados na tragédia.
Na região marítima próxima à foz do Rio Doce, foi observada a presença de arsênio, manganês e selênio acima do limite estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Já na região de água doce foi encontrado excesso de manganês, selênio e chumbo. Em suas considerações finais, o relatório com os resultados sugere que os órgãos públicos competentes acompanhem “os impactos do acúmulo dos metais, principalmente aqueles em maiores concentrações".


Em nota, a Samarco informou que não teve acesso ao relatório da Marinha, mas destacou que a composição de seu rejeito não tem metais pesados. A mineradora disse ainda que faz, desde o dia 7 de novembro de 2015, o monitoramento da qualidade da água e sedimentos em 118 pontos distribuídos ao longo da bacia do Rio Doce e no mar e também destacou um estudo da Agência Nacional de Águas (ANA) feito em dezembro de 2015. A agência teria indicado que "no mesmo período em que a Marinha analisou o ambiente marinho, a qualidade da água do Rio Doce já se encontrava em condições semelhante aos padrões observados em 2010".
Governador Valadares (MG) - Passagem da lama pelo Rio Doce, por causa do rompimento de duas barragens em Mariana, Minas Gerais, causa desastre ambiental (Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios/Divulgação)
Estudo feito com a Marinha do Brasil sobre o impacto da lama de rejeitos que vazou no Rio Doce encontrou alta concentração de quatro metais pesadosLeonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios/Divulgação
Antes mesmo desse resultado sair, médicos já alertavam sobre essa suposta contaminação.
EFEITOS DOS METAIS NO ORGANISMO

ARSÊNIO
As formas inorgânicas do arsênio, como o trióxido de arsênio, são venenos clássicos para plantas, animais e para o ser humano. Em dose alta, arsênio mata imediatamente como um agente neurotóxico; em doses baixas por longos períodos, mata como um agente cancerígeno.
Um grama de arsênio inorgânico não tem cheiro nem gosto e pode matar rapidamente até 10 pessoas. Após um período de adaptação, alguns seres humanos adultos saudáveis podem tolerar até 0,5 g de arsênio/dia, por algum tempo. Entretanto, a adaptação e a tolerância não são completas nem duradouras. Elas são funções da constituição genética, do estado fisiológico e do estado nutricional, envolvendo fatores ambientais como, por exemplo, a disponibilidade de selênio em quantidade adequada no ambiente e na dieta.

CHUMBO
O chumbo é o metal pesado mais disseminado no meio ambiente. Vários estudos já demonstraram a toxicidade por chumbo está associada com deficiência de funcionamento do sistema nervoso central. Níveis aumentados de chumbo e cádmio no cabelo são correlacionados com níveis reduzidos de inteligência, diminuição no rendimento escolar e alterações no comportamento. A toxicidade por chumbo pode levar a distúrbios de aprendizagem em crianças, cefaléia intensa, vertigem, tremores, dores articulares, anemia, irritabilidade, agressividade, distúrbios mentais, hiperatividade, anorexia, lesões musculares e dores abdominais. A toxicidade por chumbo também induz alterações na produção de hormônios como tiroxina, hipofisários e catecolaminas. Níveis adequados no organismo de cálcio, ferro, zinco, fosfatos, vitamina C e proteínas inibem a absorção do chumbo.

MANGANÊS
O excesso de manganês acumulado no fígado e no sistema nervoso central decorrente das exposições prolongadas por inalação, provoca sintomas do tipo “Parkinson” (doença degenerativa), por esses e outros efeitos prejudiciais é que o manganês é considerado tóxico e está na lista dos metais pesados.

A contaminação pode ocorrer por ingestão, pesquisas revelaram que pessoas que consomem água com níveis de manganês acima da média apresentam sintomas como rigidez muscular, tremores das mãos e fraqueza. Estudos em animais constataram que o excesso de manganês no organismo provoca alterações no cérebro, e ainda pode levar à impotência, pois danifica os testículos.


SELÊNIO
Ingestão do selênio
A entrada a longo prazo do selênio excessivo pode envolver formulários orgânicos ou inorgánicos no alimento ou na água. Os sintomas da toxicidade ou do selenosis crônico do selênio aparecem primeiramente como um odor garlicky na respiração, e um gosto metálico na boca. Isto é seguido por sintomas gastrintestinais tais como a náusea ou a diarreia, o cansaço e a irritabilidade, e a dor articular, em mais de 70-75% dos pacientes.
Outras características incluem a perda de mentação, de paresthesia, de hiper-reflexia, de mudanças do prego tendo por resultado a fragilidade, de deformação e de perda de pregos, de calvície, de descoloração e de perda de dentes, e de pruridos de pele. Estes são vistos em mais de 60-65% dos pacientes.
Toxicidade Aguda
A toxicidade Aguda apresenta com síndrome de aflição respiratória aguda, enfarte do miocárdio, insuficiência renal, sintomas vasculares tais como o tachycardia e o nivelamento da face, as características neurológicas que incluem tremores, a irritabilidade, e o myalgia. As anomalias de ECG tais como a inversão da T-Onda e a prolongação do quarto são consideradas frequentemente, e a morte é devido à hipotensão refractária.

Por Kariny Paiva
Compilação de reportagens. 

SITES ACESSADOS: 











http://g1.globo.com/espirito-santo/desastre-ambiental-no-rio-doce/noticia/2016/03/medicos-alertam-para-perigos-de-metais-em-peixes-do-rio-doce.html

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