O cloro foi usado pela primeira vez no século XX
como um agente para desinfetar a água, em meio a uma epidemia na Inglaterra.
Foi nesse tempo em que se descobriu seu efeito antibacteriano. Na América o
primeiro país a usar cloro na água com sucesso foi nos Estados Unidos, cidade
de Chicago, no ano de 1908. No Brasil demorou mais alguns anos para a cloração,
iniciou-se em 1926, na capital São Paulo e posteriormente, em 1934 essa prática
chegou ao Rio de Janeiro.
O cloro, água sanitária (Hipoclorito de sódio) - a
depender da concentração do cloro ativo - é um dos produtos químicos conhecidos
mais usados para tratar a água.
Na água para beber, a solução de
hipoclorito adicionada possui concentração em massa de 0,4 mg/L; já em soluções
para limpeza de vegetais, a concentração é de 4 mg/L; para limpeza de
utensílios é de 8 mg/L e como produto de limpeza, conhecido como água
sanitária, a concentração fica entre 25 e 50 g/L.
Principalmente nas piscinas, adiciona-se também o “cloro granulado”, que são grânulos de hipoclorito de
cálcio, Ca(ClO)2(s), a 65%, e o “cloro em pastilhas”, que são pastilhas de tricloro-S-triazina-triona (CNOCl3), um
composto organoclorado.
Homem fazendo tratamento da água de uma piscina com Cloro |
Ao se adicionar o
cloro na água se espera as seguintes reações:
Desinfecção: ele age destruindo ou anulando a atividade de micro-organismos
patogênicos, algas e bactérias.
O cloro
líquido ou os outros compostos mencionados ionizam o ânion hipoclorito (ClO1-(aq)), que é
desinfetante e bactericida. Além disso, eles também reagem com a água
formando o ácido hipocloroso (HClO(aq)), que é 80
vezes mais eficiente que o ânion hipoclorito. Veja as reações que ocorrem em
cada tipo de adição:
·
Adição de cloro gasoso:
Cl2(g) + 2 H2O(l) ↔ HClO(aq)
+ H3O+(aq) + Cl–(aq)
HClO(aq) + H2O(l) ↔H3O+(aq) + ClO-(aq)
·
Adição de “cloro ativo” ou “cloro líquido”
(hipoclorito de sódio):
NaClO(s) ↔Na+(aq) + ClO-(aq)
ClO–(aq)+ H2O(l) ↔ HClO(aq) + OH–(aq)
·
Adição de “cloro granulado” (hipoclorito de
cálcio):
Ca(ClO)2(s) ↔Ca2+(aq) + 2 ClO-(aq)
ClO–(aq)+ H2O(l) ↔ HClO(aq) + OH–(aq)
Resumindo, sempre vai se estabelecer o seguinte
equilíbrio:
HClO(I) + H2O ↔ H3O+(aq)
+ ClO-(aq)
Ação Oxidante: ele
age como oxidante de compostos orgânicos e inorgânicos presentes na água.
Se houver matéria orgânica
natural na água, haverá a formação de trihalometanos (compostos formados por um
átomo de carbono, um de hidrogênio e três de halogênio, sendo que os principais
são: o clorofórmio (CHCl3), o
diclorobromometano (CHBrCl2), o dibromoclorometano
(CHBr2Cl) e o bromofórmio (CHBr3)) e de outros subprodutos da desinfecção.
Alguns desses trihalometanos são
cancerígenos e, por isso, no Brasil, a concentração máxima permitida desses
compostos na água é de 100 μg. L-1. Para
retirá-los da água, usam-se algumas técnicas, tais como aeração e o carvão
ativo em pó.
A finalidade da adição de
hipoclorito é a primeira, isto é, manter a água limpa e desinfetada. No
entanto, a concentração dos ânions hipocloritos da água deve estar entre 1,0 e
3,0 ppm, pois abaixo de 1,0 ppm, há o perigo da água ainda estar contaminada e,
acima de 3,0 ppm, pode trazer riscos para a saúde dos usuários.
Um aspecto interesse a se
ressaltar é que o ser humano não consegue sentir o cheiro do ácido hipocloroso
em concentrações inferiores a 20 ppm. Mas, conforme já dito, o máximo
recomendado na água de piscinas é de 3,0 ppm.
Apesar de um dos usos mais nobres
do cloro ser a desinfecção, o percentual do produto produzido que vai
propriamente para o tratamento de água é muito pequeno. De acordo com o mais
recente relatório da Abiclor, 3% da produção nacional de cloro foi destinada ao
tratamento de água em 2013. Os grandes consumidores do produto são as
indústrias de PVC e de poliuretanos.
Material
consultado:
Adriana Silva Nakamura. Cloro, a descoberta do milênio. Disponível em: <http://www.quimica.com.br/pquimica/30255/abiquim-cloro-rta-do-milenio/
>. Acesso em maio de 2016.
Jennifer Rocha Vargas
Fogaça. Adição
de cloro na água.
Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/adicao-cloro-na-agua.htm>.
Acesso em maio de 2016.
Por Gabriela Martins
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